Já muito se estudou e disse sobre os laços criados entre pessoas em situações limites. E um dos laços mais magistralmente escritos é este entre Portugueses comuns atirados para a clandestinidade da guerrilha pelas 2 primeiras invasões napoleónicas, como saído da pena de Manuel Pinheiro Chagas, de 1872, que será esta 27.ª publicação deste blogue. Não sendo das maiores obras do autor, também não fica demasiado na sombra das outras (tendo merecido 4.ª edições só até 1873). Pinheiro Chagas dá ao livro toda a verossimilitude da história, quanto aos personagens e enredos históricos que intervêm nela, preservando os factos do princípio da 1.ª Invasão Francesa em Novembro de 1807, através da partida da corte para o Brasil, até à 2.ª Invasão de 1809. Depois de introduzir uma noite chuvosa de Novembro de 1807, no Largo da Ajuda (hoje Ajuda, Lisboa), e apresentar o reboliço da Corte no Palácio local, ante a iminência da chegada dos exércitos de um Napoleão triunfante que havia esmagado os exércitos da Prússia, da Rússia e da Áustria por esta altura em batalha em território alemão (Austerlitz). Portugal havia recusado aderir ao Bloqueio Continental (destinado a bloquear o acesso do Reino Unido a produtos e bens chegados da Europa, que não era a única fonte do país-potência marítima, mas era uma fonte importante), e por isso Napoleão declarara-nos guerra (coisa que vinha desde o ano anterior anunciando como possível se Portugal mantivesse a aliança luso-britânica).
Um Pinheiro Chagas na meia-idade
Sucede-se uma cena imaginada mas plausível em que o Príncipe Regente (o futuro D. João VI, considerado pelo crítico autor «tão pouco fadado para a época tormentosa em que viveu») questiona os ministros quanto ao que «o Príncipe da Paz» (Manuel de Godoy, o Primeiro-Ministro Espanhol da altura) lhe recomendava fazer ante o ultimato quanto à adesão de Portugal ao Bloqueio, responderam-lhe que ele recomendava ceder a Napoleão (descrito como "invencível") e deixar as tropas francesas entrarem para "protegerem" Portugal de eventual ataque britânico depois de Portugal se aliar a Napoleão, posição apoiada pelo ex-embaixador em Paris, Lourenço de Lima (que a Princesa Carlota Joaquina, retratada como mantendo-se maioritariamente silenciosa e sorrindo ironicamente, diz ter tido "lavagem cerebral" de Napoleão quando ainda em Paris, e avisa que Godoy se vendera, e a Espanha, a Napoleão). Enquanto ministros ex-visitantes de França aconselham cautela com o procedimento dos Ingleses para com Portugal e Carlota Joaquina provoca os francófilos, o pouco dado a lutas políticas Príncipe Regente queixa-se de não receber nenhum verdadeiro conselho. Quando Carlota Joaquina comenta que D. João não se lembra de resistir e que ela própria não o faz montada a cavalo só por não estar no seu país, ele lembra como rainhas então recentes haviam feito isso com maus resultados, e que ele próprio não o fazia porque não era herói nem general e portanto faria fraca figura se o tentasse (ao contrário de Napoleão, que começara a carreira como militar antes de ser cabeça coroada). Carlota Joaquina sai da sala enquanto o marido comenta (em voz baixa, mas adivinhada a intenção por todos da sala) que enquanto Maria Antonieta tinha provocado a queda do marido mas acompanhou-o ao cadafalso, a esposa provavelmente não o acompanharia na desgraça. A discussão esclarece que Portugal, comprometido verbalmente (por influência de Lourenço de Lima) a cumprir o Bloqueio (e a expulsar os cidadãos Britânicos) mas sem capacidade militar para defender o Reino dos Ingleses se tomassem de facto o lado da França (em consequência de uma breve invasão espanhola do Alentejo sob comando de Godoy em 1801 que provocara a toma de Olivença por Espanha). É então (na passagem para o I capítulo que o embaixador Inglês Lord Strangford, depois de revelar que Godoy e Napoleão dividiram entre si em tratado secreto (o de Fointainebleau) o território continental de Portugal, desenvolvendo uma sugestão do diplomata Luso António de Araújo, o Inglês sugere transferir a corte portuguesa para a colónia brasileira, para defender a corte e suas políticas quanto à defesa do Reino dos Franceses (com pouca capacidade de actividade militar trans-oceânica naquela altura), e defendendo depois Portugal de invasores napoleónicos como possível.
Retrato por Manuel Sousa Dias do casal principesco D. João VI e D. Carlota Joaquina
Depois da fuga para o Brasil (a princípio aclamada pelo povo, mas logo insultada devido ao facto de levar alguma tropa para defesa da corte, tropa que segundo o povo seria mais precisa em Portugal), e de um intermezzo do enredo com a descrição duma peça de teatro propositadamente chocha (mas que revela que os Franceses chegam já a Abrantes) pelo autor, o enredo começa propriamente com o reencontro de velhos conhecidos, o conde de Vila Velha e o sargento Jaime Cordeiro de Altavila (filho de um mestre de esgrima Francês com o apelido original de Hauteville que anos antes viera para Portugal e um amante frustrado da filha do conde, Madalena, que ele quis pôr num convento). Por sua vez o conde procura encontrar tropas para os convencer a deixarem-no embarcar com a corte para o Brasil. Depois de várias linhas que fazem o flashback da estória de Jaime e Madalena desde a infância e de o conde no presente finalmente voltar a Portugal, o exército francês já exausto da marcha por Espanha e das doenças ao longo do percurso (Pinheiro Chagas descreve como a figura do exército criava mais «comiseração do que terror») chega a Lisboa sendo guiado por um destacamento de cavalaria (que apesar de ser bem capaz de dispersar o devastado exército gaulês, tem ordens de tratar «como amigos os Franceses») e recebido por um Jaime que se tornara agente revolucionário liberal pró-Francês (por um anti-Portuguesismo incentivado pelo seu amor frustrado com a aristocrática Madalena). A partir daqui, como diz o autor, não temos a história do governo napoleónico (via Junot) de Portugal, mas sim da vida de Jaime no meio desse regime.
General Junot
Jaime segue Napoleão não só pela ascendência francesa mas talvez principalmente por o seu patriotismo de Português de criação estar ofendido pela realidade de um Portugal que só pode ou depender de Inglaterra ou de França, preferindo a segunda opção mais por reconhecer o génio do governante Francês, e de forma pessoal, ele acreditava que, sendo Napoleão (apesar da Concordata com o Papa) um secularista, talvez Junot enquanto governador seu abolisse os conventos e assim liberta-se Madalena da clausura. Porém, apesar de Junot apreciar o culto (de bela letra) e bom falante do Francês Jaime, não só não faz isto como faz uma gestão crescentemente tirânica, que abole a regência de Portugal criada pelo Príncipe Regente na altura da partida para o Brasil, removendo a bandeira de Portugal dos postes de bandeira para trocar pela tricolor francesa, cria uma polícia mais repressiva que a de Pina Manique, os contribuintes são esmagados pela fazenda do governo francês e planeia a redução do exército luso para criar de parte dele uma legião para servir França. Jaime começa a chocar nesta altura com o intendente da Polícia, um tal de Lagarde, recusando-se a deter Portugueses em ajuntamentos públicos que fazem declarações patrióticas (o que também, ele pode fazer porque está sob a protecção de Junot. Este ainda incentiva o Luso-Francês com a hipótese do casamento. Visto que Junot anular os votos por decisão unilateral e libertar a jovem para casar com quem ele desejava criaria um motim em Portugal, aconselhado pelo seu chefe do estado maior, Thiébaut, Junot decide apelar ao Imperador dos Franceses enquanto a esposa de Junot apela à Imperatriz, para que ambos apelem ao Papa para a anulação dos votos específicos da jovem. Coincidentalmente, nesta altura Napoleão manda um amigo de Junot, Miollis, para atacar a Santa Sé devido a diferendos entre o Imperador e o Papa. Isto efectivamente punha a Santa Sé submetida a Junot e portanto capaz de dar todas as bulas que Miollis quisesse.
Nesta altura, Espanha entrava em pânico com o acumular de tropas francesas na fronteira dos Pirenéus, e a ocupação por estas de algumas cidades importantes no nordeste de Espanha, a família real e Godoy ponderando mesmo uma fuga para a América do Sul espanhola seguindo o exemplo luso, o que só não acontece devido a uma revolta popular que ataca os palácios de Godoy em Aranjuez, o que provocou a abdicação de Carlos IV de Espanha para o filho Fernando, e logo deste para José, irmão de Napoleão Bonaparte, sucedendo-se revoltas de juntas independentes umas das outras nas várias regiões de Espanha. É assim que sem enviar muitas batalhões para auxiliar o colega Murat em Espanha, Junot envia de Lisboa algumas forças para a Andaluzia ou para a fronteira luso-espanhola, o que enfraqueceu a segurança francesa de Lisboa, visto que a polícia impopular tinha deserções frequentes, enquanto os Elvenses se aliavam com os de Espanhóis de Badajoz para combater os invasores comuns. É em Elvas que outro general Francês, Kellerman, ouve um coro de Espanhóis e Portugueses a cantar uma canção anti-francesa, e dá ordens a um oficial que passa a cavalo para os arredores de Elvas (Jaime em pessoa) que leve para execução os cantores, sendo que o oficial recusa levar para a morte seus compatriotas. Sendo justo, Kellerman demite Jaime e tira-lhe a espada de oficial (presente de Junot) e indirectamente manda-o para fora de Elvas para lhe salvar a vida. Depois de avisar os cantores de taberna em perigo para fugirem, ele próprio vai-se para Évora (onde fica o outeiro do convento onde está Madalena), parando pelo caminho numa aldeia onde escreve uma carta explicando o seu caso a Junot. Em Évora reencontra-se com Madalena, e pelo novo contacto o seu laço reforça-se. Quando Jaime de noite fala com Madalena (que também quer fugir com ele) através da janela da cela desta, são interrompidos pelo saltimbanco Espanhol que cantara a música e Jaima salvara em Elvas.
É junto com este Espanhol, Benito, que Jaime resgata outro dos cantores desse dia, Simão (alcunhado «o macaco»), do forte da Graça, e depois disso, formam-se finalmente numa guerrilha, um grupo de guerrilheiros liderado por Benito e Jaime que combateram a revolta de Évora contra os Franceses (aquartelados no convento), e depois de uma dura defesa e de um incêndio no convento em que Madalena é levada pelos Franceses e aparentemente é morta, segue para norte, conforme Algarve e Alentejo são libertados, e junta-se à guerrilha de Monsanto. Agora a guerrilha de Jaime é guiada pela mera vingança, apesar do seu espírito humano e de abominar abusos, devido ao que passou a Madalena (o «da morte» do título deve-se ao facto de esta guerrilha matar todos os inimigos sobreviventes no campo de batalha, não fazendo prisioneiros, por ordem explícita do agora amargo Jaime), e para continuar a guerrilha com a recepção de novos soldados que querem a viva força ter um capelão militar para a tropa fandanga, ele passa Benito por padre devido a ter alguns conhecimentos do cerimonial (tendo antes sido ajudante de missa). Depois de uns episódios cómicos em que Benito ganha reputação de grande falador de Latim por somente repetir nele que o seu nome é Benito (o que outros confundem com dizer orações Benedictus domine em Latim), e depois até de milagreiro, chega a guerrilha a Abrantes e entra em cena no romance Arthur Wellesley, o Duque de Wellington, cuja primeira campanha em Portugal estava a ser bastante bem-sucedida. Depois de mais um interlúdio dramático (descrevendo uma ópera do compositor da altura Marcos Portugal no Teatro S. Carlos, como típico de Pinheiro Chagas uma divagação do enredo que não incomoda pelo estilo e interesse que este dá à cena; o autor aproveita para comentar como M. Portugal era já na altura olvidado em Portugal apesar de ter sido louvado e interpretado pela Europa fora), Jaime encontra um vulto feminino em que reconhece Madalena, que havia sido salva dos oficiais Franceses que a levavam e tentavam violentar por um Tenente que impôs a sua autoridade levando-a consigo, e alguns dias depois tornando-se amante dele, com um amor mais intenso e genuíno que tivera por Jaime, e acompanhou-o através de Portugal até àquele teatro onde ela e Jaime se viram, este seguiu-os ao acampamento francês e por não saber a senha é alvejado e passa 2 meses entre a vida e a morte, sendo que por essa altura há muito que Madalena havia partido para França com o oficial, enquanto Junot e todos os seus deixavam Portugal.
Quadro de Goya sobre os fuzilamentos de 3 de Maio feito pelos Franceses contra a resistência Espanhola
Em 1808 seguia-se uma segunda invasão capitaneada pelo General Soult, vinda do norte, que derrotava os Espanhóis e punha os Britânicos em retirada na Galiza, sendo o esforço de guerra anti-napoleónico salvo pelo começo de outra guerra na Alemanha e Áustria na mesma altura que dividiu os esforços e recursos do exército napoleónico. Esta invasão seria ainda mais traumática (é aqui que acontece a tragédia da Ponte das Barcas), ocorrendo desastres como a morte do capitão das forças do Minho, Bernardim Freire. Depois dessa batalha, Jaime encontra entre os soldados Franceses uma amazona que é Madalena, que se juntara ao exército francês para servir com o seu amante. Muito haviam mudado os namorados infantis neste espaço de tempo, ela deixando de ser uma donzela ingénua para se tornar uma amazona enérgica e ele passara de amante servidor e idealista a homem mais cruel e vingativo. Quando vêm as tropas Francesas para a recuperar, os guerrilheiros luso-espanhóis conseguem escapar com ela prisioneira até ao curso do Rio Ave na Barca da Trofa. Depois de estarem seguros atrás das linhas luso-britânicas, Jaime leva Madalena para um convento em Vila Nova de Gaia, cavando o abismo entre ambos; Jaime era depois de todo o ódio da guerra incapaz de amar de todo mesmo que Madalena o amasse. Quando se reencontram, Jaime resgata o corpo de uma Madalena que havia tentado fugir durante a invasão do Porto e perecera no desastre das Barcas. Perdoando-a postumamente e considerando que foram os seus pais (com a clausura conventual) e ele (tentando convence-la a fugir com ele por um amor que era só dele) que haviam corrompido a jovem de quem fora amigo na infância, Jaime desiste da vingança e decide dissolver a Guerrilha da Morte e passar a lutar pela independência de Portugal agora como soldado convencional.
Como em Cafuso, o enredo não é particularmente trágico, mas conclui-se depois de alguma tragédia, mas aqui talvez a conclusão seja mais final (ao contrário do livro anterior, que dava a ideia de uma vida que iria continuar) e saiba mais a final feliz pelo facto de terminar com a reconciliação possível e um Jaime que recupera os seus princípios e humanidade. Mas mais importante do que o final do livro ou como este se adequa à estória do romance, é importante o enredo em si, pelo quadro que nos dá das oposições entre Portugal, França, Reino Unido e Espanha, e deste período da história destas 4 nações, e como questiona a violência do lado oprimido tanto quanto a do lado opressor, e não confunde dois errados com um errado e um certo ou dois certos. Quando Jaime enterra as esporas no cavalo e parte para o sul, o que fica claro é que há uma forma certa de combater, e que «As ideias de pátria e de humanidade podem e devem conciliar-se». Se nunca foi adaptado a outra media, porém o seu retrato da invasão de Portugal de Napoleão e sua queda começando a estória do lado francês é algo presente numa outra forma na série de TV franco-polaco-belgo-canadiano-portuguesa Napoléon et l'Europe especialmente o espisódio realizado por José Fonseca e Costa Le Blocus. Quanto ao livro, apesar de algumas edições mais recentes (no seio do recente leve "renascimento" da reputação de Pinheiro Chagas que temos vindo a referir nalgumas publicações), como a de 2009 (aniversário do fim da 2.ª Invasão Francesa) da Planeta Editora ou a da Esfera do Caos Editores que segue a 4.ª edição revista pelo autor de 1873, este livro é ainda relativamente raro de encontrar em bibliotecas ou à venda, mas pode ser encontrado em-linha no Internet Archive.org numa cópia de uma 1.ª edição(?) de 1872.
Capa da edição de 2006 da Esfera do Caos
Already much has been studied and said on the bonds created between people in borderline case situations. And one f the most masterfully written bonds is this one between common Portuguese thrown into the clandestine underground of guerrilla by the 2 first napoleonic invasions, as come out of the pen of Manuel Pinheiro Chagas', from 1872, which shall be this 27th post of this blog. Not being among the greatest works of the author, it also is not cast too much on the shadow of the others (having deserved 4th editions just till 1873). Pinheiro Chagas gives to the book all the verisimilitude of history about the historical characters and plots that intervene in it, preserving the facts of the beginning of the 1st French Invasion on November 1807, through the departure of the court to Brazil, till the 2nd Invasion from 1809. After introducing a rainy November 1807 night, on the Ajuda Plaza (today Ajuda, Lisbon), and presenting the Court's hubbub on the local Palace, before the brink of the arrival of the armies of a triumphant Napoleon who had crushed the armies of Prussia, of Russia and of Austria by this time in battle in German territory (Austerlitz). Portugal had refused to join to the Continental Blockade (destined to block the United Kingdom's access to products and goods arrived from Europe, which was not the only source of the sea power-country, but was an important source), and for that Napoleon declared the Portuguese war (thing that he went on since the previous year announcing as possible if Portugal kept the luso-British alliance).
A middle aged Pinheiro Chagas
It follows itself an imagined but plausible scene in which the Regent Prince (the future Don John VI, considered by the critical author «so little well-fated for the stormy period in which he lived») questions the ministers about what the «Prince of Peace» (Manuel de Godoy, the Spanish Prime Minister at the time-point) recommended him to do facing the ultimatum about the adherence of Portugal to the Blockade, they answered him that he recommended to give in to Napoleon (described as "invincible") eand let the French troops enter to "protect" Portugal from eventual British attack after Portugal allying itself to Napoleon, position supported by the ex-ambassador in Paris, Lourensso de Lima (whom the Princess Carlota Joaquina, portrayed as keeping herself mostly silent and smiling ironically, says to have had "brainwashing" from Napoleon while still in Paris, and warns that Godoy had sold himself, and Spain, o Napoleon). While ex-French visiting ministers advisecaution with the procedure of the English towards Portugal and Carlota Joaquina provokes the francophiles, the little prone to political fights Prince Regent complains of not receiving any true advice. When Carlota Joaquina comments that Don John does not think on resisting and that she herself does not do it on horseback only for not being in her country, he recalls how then recent queens had done that with bad results, and that he himself did not do it because he was not hero nor general and hence would make weak a figurine of himself if he tried it (unlike Napoleon, who started the career as military-man before being crown-wearing head). Carlota Joaquina exits the room while the husband comments (in low voice but guessed the intention by everyone in the room) that while Marie Antoinette had provoked the husband's fall but accompanied him to the scaffold, his wife probably would not accompany him into disgrace. The discussion clear that Portugal, verbally committed (by influence of Lourensso de Lima) to fulfil the Blockade (and to expell the British citizens) but without military capability to defend the Kingdom from the English if they took in fact France's side (in consequence of a brief Spanish invasion of Alentejo under Godoy's command in 1801 that provoked the taking of Olivenza municipality by Spain). It is then (in the passage to I Chapter that the ambassador (the one from Fointainebleau) the continental territory of Portugal, developping a suggestion of the luso diplomat António de Araújo, the Englishman suggests to transfer the Portuguese court to the Brazilian colony, to defend the court and its politics about the defense of the Kingdom from the French (with little capability of transoceanic military activity at that time), and defending afterwards Portugal from napoleonic invaders as possible.
After the escape to Brazil (at first aclaimed by the people, but right-away insulted due to the fact of taking some troop for defense to the court, toop that according to the people would be more needed in Portugal), and a plot intermezzo with the description of a theatre play purposefully smooched (but that reveals that the French arrive already to Abrantes) by the author, the plot starts properly with the meeting again of old acquaintances, the count of Vila Velha and the sargent Jaime Cordeiro o enredo começa propriamente com o reencontro de velhos conhecidos, o conde de Vila Velha e o sargento Jaime Cordeiro de de Altavila (son of a French fencing master with the original surname of Hauteville who years before had come to Portugal and a frustrated lover to the count's daughter, Madalena, who he wanted to put on a convent). On his turn the count looks to find the troops for convincing them to let him boat in with the court to Brazil. After several lines that do the flashback of Jaime and Madalena's story since childhood and of the count in the present finally going back to Portugal, the French army already exhausted by the march through Spain and of the diseases along the course (Pinheiro Chagas describes how the figure of the army created more commiseration than terror») arrives to Lisbon being guided by a cavalry detachment (that despite being well capable of dispersing the devastated Gaul army, has orders to treat «as friends to the French») and received by Jaime who had become pro-French liberal revolutionary (due to an anti-portuguese feeling incentivised by his frustrated love with the aristocratic Madalena). Starting from here, as says the author, we do not have the history of the napoleonic government (via Junot) of Portugal, but now indeed of the life of Jaime in the middle of that regime.
General Junot
Jaime follows Napoleon not only for the French descent but maybe mainly for his patriotism of Portuguese by upbringing being offended by the reality of a Portugal that can only either depend on England or on France, prefering the second option more for recognising the French ruler's genius, and in personal way, he believes that, being Napoleon (despite the Concordata with the Pope) a secularist, maybe Junot while governor of his would abolish the convents and so it frees itself Madalena from the cloister-closure. Yet, despite Junot appreciating the cultivated (of fair handwriting) and good speaker of French Jaime, not only he does not do that but as he does growingly tyrannical management, that abolishes the regency of Portugal created by the Prince Regent at the time of the departure for Brazil, removing the flag of Portugal from the flagpoles to switch it for the French tricolour, creates a more repressive police than the one of Intendant Pina Manique, the taxpayers are crushed by the French government's exchequer and plans the reduction of the Lusitanian army to create out of a part of it a legion to serve France. Jaime starts to clash at that time with the Police intendant, some Lagarde, refusing himself to detain Portuguese people in public gatherings that do patriotic statements (what anyhow, he can do because he is under Junot's protection). The latter still incentivises the Luso-Frenchman with the hypothesis of marriage. Seen that Junot annulling her religious-vows by unilateral decision and freeing the young-woman to marry with him would create a riot in Portugal, advised by his military chief of staff, Thiébaut, Junot decides to appeal to the Emperor of the French while Junot's wife appeals to the Emperess, so that both appeal to the Pope for the annulment of the specific vows of the youngun. Coincidentally, at this time-point Napoleon sends a friend of Junot's, Miollis, to attack the Holy See due to the differenda between the Emperor and the Pope. This effectively put the Holy See submited to Junot and hence capable of giving all the papal bull's that Miollis would want.
At this time-point, Spain panicked with the accumulating of French troops in the Pirinees border, and the occupation by these of some important cities in Spain's northeast, the royal family and Godoy pondering even an escape for Spanish South America following the Lusitanian example, what only does not happen due to a popular revolt that attacks the palaces of Godoy in Aranjuez, what provoked the abdication of Charles IV of Spain for the son Ferdinand, and right-away of the latter to Joseph, Napoleon Bonapart's brother, succeeding each other revolts of juntas independent from each other in the several regions of Spain. It is so that without sending many battalions to aid to the colleague Murat in Spain, Junot sends from Lisbon some forces to Andalusia or to the Portuguese-Spanish border, what weakened the French safety of Lisbon, seen that the unpopular police had frequent desertions, while the Elvas natives allied themselves with the Badajoz Spaniards to fight the common invaders. It is in Elvas that another French General, Kellerman, listens to a choir of Spaniards and Portuguese singing an anti-French song, and gives orders to an officer that passes by on horse towards the surroundings of Elvas (Jaime in person) that he takes for execution to the singers, being that the officers refuses to take for death his countrymen. Being just, Kellerman resigns Jaime and takes him away the officer's sword (present of Junot's) and indirectly sends him ot of Elvas to save his life. After warning the tavern singers in danger to runaway, he himself goes off to Ehvora (where it is the onde fica o outeiro do convento onde está Madalena), stopping along the way in a village where he writes a letter explaining his case to Junot. In Ehvorah Jaime re-meets with Madalena, and by the new contact their bond reinforces itself. When Jaime by night talks with Madalena (who also wants to runaway with him) through her cell window, they are interrupted by the Spanish mountebank who sand the tune and Jaime had saved in Elvas.
It is together with that Spaniard, Benito, that Jaime rescues another of the singers of that day, Simao (nicknamed «the monkey»), from the Grassa fort, and after that, they form themselves finally into a guerrilla, a group of guerrillas lead by Benito and Jaime that fought the Ehvora revolt against the French (quartered on the convent), and after a hard defense and a set-fire in the convent in which Madalena is taken by the French and apparently is killed, follows northwards, according to Algarve and Alentejo are freed, and joins himself to the Monsanto guerrilla. Now the Jaime guerrilla is guided by mere revenge, despite its humane and abuse abhoring spirit, due to what had passed with Madalena (the «of Death» from the title is owed to the fact of thi guerrilla killing all the enemies surviving on the battle field, not making prisoners, by explicit order of the now bitter Jaime), and for continuing the guerrilla with the reception of new soldiers that want forcefully to have a military chaplain for the fandanga troop, he passes Benito of as a priest due to having some knowledges of the ceremonial (having been assistant to church mass). After some comical episodes in which Benito earns reputation of great speaker of Latin by merely repeating that his name is Benito in it (what the others confuse with saying Benedictus domine prayers in Latin), and afterwards even of miracle-worker, it arrives the guerrilla to Abrantes and enters the stage into the novel Arthur Wellesley, the Duke of Wellington, whose first campaign in Portugal was being quite successful. After one more dramatic interlude (describing an opera of the composer from that time-point Marcos Portugal on the Sao Carlos Theatre, as typical of Pinheiro Chagas a digression from the plot tht does not bother for the style and interest that the latter gives to the scene; the author takes advantage of it to comment how M. Portugal was alredy at that time-point into oblivion in Portugal despite having been praised and performed throughout Europe), Jaime finds a female outlined figure in which he recognises Madalena, who had been saved from the French officers who took her and tried to violate her by a Lieutenant who imposed his authority and took her with himself, and accompanied him throughout Portugal till that theatre where she and Jaime saw each other, the latter followed them till the French camp and for not knowing the password is shot nd passes 2 months between life and death, being that by that time it was long gone that Madalena had left for France with the officer, while Junot and his own left Portugal.
In 1808 it followed itself a second invasion headed by the General Soult, coming from the north, that defeated the Spaniards and put the British in retreat in Galicia, being the anti-napoleonic war effort saved by the start of another war in Germany and Austria at the same time-point which divided the napoleonic army's efforts and resources. This invasions would be even more traumatic (it is here that it occurs the Ponte das Barcas tragedy), occuring disasters like the death of the captain of the Minho region forces, Bernardim Freire. After that battle, Jaime finds among the French soldiers an amazon who is Madalena, who had joined the French army to serve with her lover. Much had changed the childhood sweethearts in this space of time, she ceasinbg being a naive damsel to become an energetic amazon and he had passed from server lover and idealist to more cruel and vengeful man. When do come in the French trooops to take her back, the luso-Spanish guerrillas can escape with her imprisoned till the course of the Ave River on Barca da Trofa. After being safe behind Portuguese-British lines, Jaime takes Madalena to a convent in Vila Nova de Gaia, digging the abyss between both; Jaime was after all the war's hate incapable of loving at all even if Madalena loved him. When they meet again, Jaime rescues the body of a Madalena that had tried to runaway during the Oporto invasion and had perished on the Ponte das Barcas disaster. Forgiving her posthumously and considering that it were her parents (with the convent cloister-closure) and he (attempting to convince her to runaway wth him for a love that was only his) that had corrupted the young-woman of whom he had been childhood friend, Jaime gives up on childhood and decides to dissolve the Guerrilla of Death and pass unto fighting for Portugal's independence now as a conventional soldier.
As in Cafuso/"Free-Moor", the plot is not particularly tragic, but it concludes itself after some tragedy but here maybe the conclusion be more final (unlike the previous book, that gave the idea that it would continue) and tastes more like happy ending due to the fact of ending with the possible reconciliation and a Jaime that recovers his principles and humanity. But more important than the ending of the book is how it befits the novel's story, itis important the plot in itself, for the tableau that it gives us of the opposals between Portugal, France, United Kingdom and Spain, and of this period of the history of the 4 nations, and how it questions the violence on the oppressed side as much as on the oppressing side, and does not confuse two wrongs with a wrong and right or two rights. When Jaime burries the horse's spurs and leaves southwards, what stays clear is that there is a right way to fight, and that «The idea of fatherland and of humanity can and must conciliate themselves». If it was never adapted to other media, nevertheless its portrayal of Napoleon's invasion of Portugal and his fall starting the story from the French side is somewhat present in another form in the 1991 French-Polish-Belgian-Canadian-Portuguese TV series Napoléon et l'Europe especially the episode directed by José Fonseca e Costa Le Blocus. About the book, despite some more recent editions (in the midst of the recent light "renaissance" of Pinheiro Chagas' reputation that we have come to refer in some publications), like the 2009 one (anniversary of the end of the 2nd French Invasion) by Planeta Editora publisher or the Esfera do Caos Editores publisher's one that follows the 1873 4th edition revised by the author, this book is still relatively rare to find in Portuguese libraries or for sale, but can be found online at the Internet Archive.org in an 1872 1st edition(?) copy.
Cover of the 2006 Esfera do Caos publisher edition
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