quinta-feira, 5 de março de 2015

"O Malhadinhas", "Aninhas", "Mónica" e "Mina de Diamantes", Aquilino Ribeiro (parte 2 da publicação) // "The Little Tabbie", "Little-Ana" and "Monica", Aquilino Ribeiro (part 2 of the post)

(continua da publicação anterior de à poucos segundos)
Agora podemos "seguir caminho" para outra novela, Mónica. A escrita do texto de Mónica foi concluído em 1939, tendo o autor logo de seguida começado o romance O Arcanjo Negro, concluído no ano seguinte. A acção de Mónica é passada nos inícios da década de '20, passando-se em Lisboa (num «bairro novo» construído sobre as ruínas da demolição de um velho bairro popular a "aburguesar-se" para melhor acolher a classes média que toca o romance) e seus arredores, sempre com o Tejo 'vizinho' da acção (cenário repetido n'O Arcanjo Negro, que porém se passa na segunda metade dessa década e termina a estória do casal tratado em Mónica). o enredo trata principalmente de Mónica, uma mulher casada com um homem com o dobro da sua idade (Ricardo) que pelos seus ciúmes condiciona progressivamente a liberdade de movimentos e ideias desta até que esta se torna numa «monja» na expressão metafórica de Aquilino, ficando ela cada vez mais presa no labirinto que se cria na sua mente conforme tudo se vai passando, a sua personalidade anulando-se. Sem querer revelar mais do enredo, Mónica termina com a reconciliação dolorosa e com um certo "despertar" das consciência de ambos de se voltam a entender, numa espécie de final feliz agridoce.
Retrato de Aquilino por Abel Manta nos anos de 1930-40 (época da escrita e da publicação de Mónica e O Arcanjo Negro)
Mónica é aparentemente 'só' um romance feito da colecção de 13 capítulos longos (sempre entre cerca de 15 e cerca de 25 páginas, fazendo excepção do último, com 8 páginas) episódicos e semi-independentes-entre-si que resultam quase como 13 novelas sentimentais, mas sob a superfícies destes 'romances de arlequim', temos não só a cobertura (pelo fundo da acção descrita) do aumento da revolta contra a I República no seu fim (pelo menos duas revoltas fracassadas são descritas, que parecem ser levantamentos utópicos para 'restaurar' a utopia do projecto republicano), que falham pela falta de um «homem clarividente» para dar sentido às aspirações destes revolucionários, o que Aquilino atribuía à natureza indigente, doentia, romântica, hipócrita, megalómana e de ladrão de ocasião que ele identificava com o Português comum (o que paralela as próprias personagens de Mónica e Ricardo, que se perdem vítimas da sua 'cegueira mental' que não podem fugir excepto por algum acto dramático que pode custar a vida, isto se o 'ousarem' fazer sequer, nem o amor as conseguindo salvar), como o próprio enredo sobre a anulação da personalidade de Mónica a poder ser lido literalmente, como narrativa da moral burguesa a sufocar os desejos em nome dos "bons costumes", ou metaforicamente como analogia do que o regime político português fazia na política).
Esta visão pessimista e excessivamente crítica que o autor expressa aqui com ironia crítica e azeda nasce de duas coisas: 1.º), o Estado Novo estava instalado e a cada ano se fortalecia e parecia inextinguível, fortalecendo o pessimismo histórico que intelectuais como ele começavam a ter de não conseguirem conceber que pudesse suceder algo como o 25 de Abril (que só ocorreu quase 11 anos depois da morte deste escritor), e 2.º), nesta fase Aquilino ainda estava na sua fase algo racialista e nordicista, pelo que era natural para ele ver populações Sul-Europeias como a Portuguesa como inferiores (quando antes ele havia sido algo culturalmente iberista e admirador da tradição portuguesa e da literatura picaresca espanhola, por exemplo, ou não fosse um dos tradutores para Português do D. Quixote e das Novelas Exemplares de Cervantes), daí que para ele, num Portugal com 'raça degenerada' e uma ditadura política, só o 'aniquilamento da raça' e recomeçar de novo pareciam solução (temos de colocar isto na lógica também desse 'flirt' com ideias próximas do nazismo que Aquilino na época teve, do qual se começou a 'curar' com uma visita à Alemanha por volta de 1935, só cortando totalmente com tais ideais no pós-II Guerra Mundial, devido ao seu velho filo-germanismo cultural e "amoroso"; curiosamente esse filo-germanismo surge aqui mais mitigado, com a caricatura de uma Fräulein do «Hanovre» [sic] tutora de profissão e por isso sempre "didática", a surgir no romance). Ao longo do texto de Mónica (e do romance relacionado O Arcanjo Negro, embora este não nos interesse aqui) esse pessimismo 'persegue-nos', com constantes frases metafóricas referindo-se ao Estado Novo como «más estrelas», «negrume» e até o associar da palavra «envelhecer» ao «negrume».
Assim Aquilino (ao contrário da 'simplória' imagem do Aquilino "grande homem" e "visionário" resistente democrático que a mundo-visão do pós-25 de Abril nos tem dado), era um homem do seu tempo e que por vezes apresentou uma oposição radicalizada e racializada à ditadura do seu tempo antes do seu separar de águas entre o seu individualismo republicano vagamente esquerdista e o nazismo com que a certa altura se misturou, apesar de sempre ter mantido uma oposição à injustiça social, um olho para todos os tipos da sociedade e um individualismo e anti-estatismo sem rótulos. Assim, mesmo que infelizes, estes aspectos "negros" da visão do autor da altura desta novela acabam por dar uma "cor" autêntica de época ao texto, e por muito que nos custe temos de assumir isto sobre os nossos autores clássicos quando seja caso disso, e assumir as suas obras com a "bagagem" da história que trazem consigo. Assim na sua diversidade (de homem que passou por anarquismo, republicanismo liberal, patriota nordicista e finalmente democrata liberal quasi-esquerdista mantendo uma visão no geral homogénea), o mesmo homem que defendia o "suicídio" do povo Português e tinha uma certa inveja dos Nórdicos, apresenta tipos de "Atlanto-Mediterrânicos" (para usar um velho termo da Antropometria e da desacreditado ciência do Fisio-racialismo) e de camponeses Portugueses frequentemente admiráveis e que são algo de alter-egos da auto-imagem do autor do melhor da sua própria pessoa, e que se recusavam a ser 'genocidados' pelos que partilhavam de visões similares à que o autor tinha na altura e desconfiavam da Alemanha dos "Arianos" durante a guerra, tipos como Manuel Louvadeus de Quando os Lobos Uivam, ou louvando as belezas campesinas trigueiras nada nórdicas da meseta dos dois lados da raia n'O Malhadinhas como n'O Homem que Matou o Diabo e outras obras do autor. Por fim devo acrescentar que talvez a principal personagem seja Lisboa, descrita com personalidade e apresentada em retrato completo (Aquilino sempre foi um verdadeiro 'escritor de personagens', como de frases, mais que de enredos) em Mónica (como no romance 'companheiro' O Arcanjo Negro).
Dito isto, finalmente, podemos agora terminar com o texto acompanhador d'O Malhadinhas (na publicação de 1958 pelo menos), Minas de DiamantesMinas de Diamantes (então inédito, que Aquilino juntou à edição de 1958 d'O Malhadinhas por «terem de se arrumar as obras de modo prático e publicitário em vista da edição completa, porque se em Estrada de Santiago a novela O Malhadinhas era quase um volume dentro do volume ao lado das outras 5 novelas, em edição sozinha as cerca de 100 páginas, em formato aproximadamente A3 ou pelo menos um pouco maior que A4, e cerca de 160 ou 140 páginas em formato aproximadamente A4 ou pouco mais pequeno, da novela 'pareciam pouco'») tem uma unidade curiosa apontada já pelo autor («como dois pulares duma ponte» na sua carreira literária), que eram separados pela mudança de pensamento e sentimento do autor nos 36 anos entre ambas (por influência das «guerras, ditaduras, revoluções, morticínios» que entretanto tinham morto as «monstruosas inocências e desenganos» do autor) quanto ao cenário (área montanhosa beirã batida «pelos ventos rijos e esbraseados que sopram do largo») e ao tipo de homem retratado (o serrano da «Meseta Lusitana»). Aquilino admitia que em parte queria fazer retrato do novo "Brasileiro torna-viagem" (imigrante Português enriquecido no Brasil e "abrasileirado") dos meados do século XX («evoluído e tão distante do «brasileiro» camiliano», que o autor presumia que se tornaria retrato também clássico, o que visto que estamos a tratar desta obra aqui prova que tinha razão). O "herói" (não se leve demasiado à letra o termo neste caso), Dedê (alcunha de Diamantino Dores), tem algo de similar ao Malhadinhas no tipo de serrano mesetano, mas agora é um «progénito da matronaça místico-burguesa» nascida em Portugal do pós-I Guerra Mundial e não um rústico: assim «Dedê é uma antecipação» (Aquilino usa o termo «antecipação» no sentido de ficção psicologista, não tanto no de ficção científica), «Freudiano, pandilha, largo e inverosímel, generoso e trafulha» (todos os «notáveis dons representativos» da sua classe 'místico-burguesa').
Aquilino pelos anos de 1950
Seja como for, a estória começa na Rua da Quitanda de São Paulo e apresenta-nos um Dedê (ex-extremo-direito do Vasco da Gama do Rio de Janeiro) em sarilhos e a contar os seus tostões e pensando na sua "próxima grande movida". Depois de alguns eventos de somenos importância (envolvidos numa ambiência brasileira realista e que Aquilino encheu de cor local com a mestria com que ele enchia os textos passados no seu Portugal, com um jeito que pode lembrar vagamente o escritor do realismo maravilhoso Brasileiro Guimarães Rosa, com quem Tavares Rodrigues compara Aquilino na introdução ao livro já referido na edição igualmente já referida), ele embarca de avião de volta a Portugal passando por Dacar e o Saara (que interessante é ver, nestas 4 obras do mesmo autor, a evolução de Portugal, de um país rural ainda quase nulamente industrial no interior beirão d'O Malhadinhas, passa-se para uma Beira em que temos uma metade superior da sociedade ao corrente das modas de Lisboa e do resto do Ocidente modernizado de Aninhas, para a Lisboa já industrializada, "aburguesada" e com forte sector terciário e classe média-baixa a "condizer" com tal panorama de Mónica para o Brasil, o Portugal e o mundo plenamente industrializados apesar das respectivas pobrezas sociais e económicas; que diferença entre o Portugal dos anos de 1920, do de 1930 no interior e em Lisboa e do Brasil e do Portugal do final dos anos '50...). Depois de uma recepção de herói pelas associações brasileiras em Portugal, pelas instituições de peso da sociedade portuguesa e pelos clubes de futebol da cidade e o Club Hóquei em Patins de Portugal e Algarves ao aterrar em Lisboa (a contragosto do próprio que queria viajar anónimo), no dia seguinte rumou através do país até a sua terra natal, onde se reencontra com os patrícios que deixou para trás após emigrar. O resto do enredo é a narrativa de Dedê a ser feito Comendador na sua terra e ser dito pelos rumores ser uma fortuna (é ele a metafórica «Mina de Diamantes» do título, que aliás é um bom trocadilho com o nome Diamantino) e ser procurado por todos os interesses locais para esta ou aquela empreitada (incluindo uma de um grupo de monárquicos que lembram vagamente o Integralismo Lusitano que desejam apoio para uma restauração da monarquia liderada e financiada pelo Comendador; ele é repelido pelo secretário de Dedê, o estranhamente chamado Bias Agro com uma argumentação anti-monárquica provavelmente mais radical que a do próprio Aquilino).
Sem dizer mais, e discutindo o papel da emigração para o Brasil nesta novela, a emigração, tal como o "mourejar" duramente em Portugal dos que não podiam "fugir", tem um grande lugar na ficção aquiliniana (frequentemente posta a questão dela nos termos em que a põe o narrador-personagem do romance autobiográfico passado nos tempos de jovem adulto do autor durante o final da monárquia intitulado Lápides Partidas de 1945: «o remédio é emigrar. Levar aqui vida de bicho, escondido ou vivendo às furtadelas, seria insuportável»). Para terminar, e vendo o volume O Malhadinhas // Mina de Diamantes de 1958 como um todo, a unidade formada por O Malhadinhas e Minas de Diamantes apresentam tendências mais críticas do espírito de Aquilino em relação ao nordicismo e eugenia que o escritor ainda mantinha na altura, com a nota preliminar ao volume O Malhadinhas // Minas de Diamantes de 1958 a criticar abertamente chauvinistas e «discípulos de Pangloss» (referindo-se à personagem Dr. Pangloss do Cândido de Voltaire, que repete continuamente que «Tudo é pelo melhor» por mais tragédias que lhe acontecem), o que portanto começa a apresentar a ruptura do autor com o chavinismo étnico e os grandes sistemas de crenças que supostamente são o caminho para o progresso (representados nas suas palavras como «discípulos de Pangloss»).
Livro-de-capa-mole do volume d'O Malhadinhas incluindo a novela Mina de Diamantes (para venda na Amazon.com)
Terminando a análise destas 4 obras, o foco que as une a todas é uma sede de liberdade e de honestidade individual, da vida em dignidade mantendo a nossa verdadeira natureza ante uma sociedade por vezes hostil, vivendo conforme os ditames da nossa consciência, ou dos nossos sistemas de valores e/ou crenças (e não os de outrém), bem ou mal, pelo menos com a esperança de que a pessoa no fim faça a escolha certa num mundo bastante bizarro, como cada um à sua maneira fazem o Malhadinhas, o narrador anónimo e "a sua" Aninhas, Mónica e Dedê, mesmo sendo sendo o primeiro e o terceira populares camponeses de pouca "cultura" e os outros 2 "simples" membros da corriqueira classe média, e que mesmo assim nos podem ensinar algo, e se não pelo menos são bons "companheiros de viagem" nas aventuras de ler estas 3 novelas e 1 romance. Numa nota final curiosa, o escritor Português contemporâneo Manuel de Lima Bastos, um grande admirador de Aquilino Ribeiro, escreveu no quinto capítulo da sua biografia do autor No Esplendor da Sombra de Mestre Aquilino um final alternativo a Mina de Diamantes escrito numa imitação bem conseguida do estilo aquiliniano. Ah!, e como nota para todos, tenham à mão o Glossário sucinto para melhor compreensão de Aquilino Ribeiro de Elviro da Rocha Gomes só para o caso, dado a linguagem pituresca deste autor no grosso da sua obra.


(continues from the previous post from a few seconds ago)
Now we can "follow along the path" unto another novella (or a short novel), Monica. The writing of Monica's text was concluded in 1939, having the author right away started the novel O Arcanjo Negro ("The Black Archangel"), concluded on the following year. The events of Monica are set in the beginnings of the '20s, unraveling itself in Lisbon (on a «new neighbourhood» built over the ruins of the demolition of an old folksy neighbourhood "bourgeoining" so to better take in to the middle which touches on this novel) and its surrounding, always with the Tagus river 'neighbour' to the action (seting repeat in The Arcanjo Negro/"The Black Archangel" book, which though sets itself in the second half of that decade and ends the story of the couple dealt with in Monica). the plot deals mainly on Monica, a woman married to a man twice her age (Ricardo) who by his jealousies conditions progressively the freedom of movements and ideas of the former till that she turns into a «lady monk» in the metaphorical expression of Aquilino's, becoming she each time more stuck on the labirinth that creates itself in her mind as per things going passing on, her personality annulling itself. Without want to rebeal more of the plot, Monica ends with the painful reconciliation and with a certain "awakeniung" of the consciousnesses of both who go back to see eye to eye, in a kind of bittersweet happy ending.
Aquilino's portrait by Abel Manta in the 1930s-40s (period of the writing and of the publication of Monica and O Arcanjo Negro/"The Black Archangel")
Monica is apparently 'just' a novel made-up of the collecting of 13 long (always between about 15 and about 25 pages, excepting the last one, with 8 pages), episodic and semi-independent-amongst-themselves which work almost like 13 sentimental novellas, but under the surfacs of these 'Harlequin romances', we got not only the coverage (through the background of th described action) of the increase of the rebelling against the 1st Republic in its ending (at least two failed revolts are described, that seem to be utopian uprisings to 'restore' the republican project's utopia, which fail due to the lack of a «clairvoyant man» to make out sense out of the aspirations of these revolutionaries, what Aquilino attributed to the indigent, sickly, romantic, hypocritical, megalomaniacal and of chance opportunity thief that he identified with the common Portuguese (what paralels the characters of Monica and Ricardo themselves, who lose themselves victims to their 'mental blindness' that cannot runaway except for some dramatic act that can cost one life, this if they 'dare' to do it at all, not even love being able to save them), as the plot itself on the annulment of the personality of Monica to be able to be read literally, as narrative of the bourgeois moral suffocating the desires in the name of the "good customs", or metaphorically as analogy of what the Portuguese political regime did in politics).
This pessimistic and excessively critical vision which the author expresses here with critical and bitter irony is born out of two things: 1st), the New State was installed and at each years it strengthened itself and seemed unextinguishable, strengthening the historical pessimism that intellectyal like him started to have of not being able to conceive that it could succeed something like the April 25th revolution (which only occured about 11 years after the death of this writer), and 2nd), in this phase Aquilino still was in his somewhat racialist and nordicist phase, so that it was natural for him to see South-European populations like the Portuguese one as inferiors (when before he had been somewhat culturally iberist and admirer of the Portuguese tradition and of the Spanish picaresque/roguish literature, for example, or were he not one of the translators into Portuguese of the Don Quijote and of Cervantes' Novelas Exemplares/"Exemplary Novels), hence that for him, in a Portugal with 'degenerated breeding' and a political dictatorship, only the 'anihilating of the race' and starting over again seemed solutions (we got to put this into the logic also of that 'flirt' with ideas close to nazism that Aquilino at the time had, of which he himself did started to 'get cured' with a visit to Germany around 1935, only cutting totally with such ideals in the post-World War II, due to his old cultural and "amorous"; curiously that philogermanism comes-up here more mitigated, with the caricature of a Fräulein from «Hanovre» [sic] tutor by profession and for that always "didactical", to come-upin the novel). Throughout the text of Monica (and of the related novel O Arcanjo Negro/"The Black Angel", although the latter does not matter to us here) that pessimism 'chases us' with constant metaphorical sentences refering themselves to the Portuguese New State like «bad stars», «grimness» and even the associating of the word «aging» to the «grimness».
So Aquilino, unlike the 'simpleton' image of the "great man" and "visionary" democratic resistant tht the post-April-25th vision has given unto us), he was a man of his time and who sometimes presented a radicalised and racialised opposition to the dictatorship of his time before his parting of the waters between his vaguely leftist republican individualism and the para-nazism with which he at a certain time intermingled with, despite always having kept an opposition to social injustice, an eyes for all the types of society and an individualism and and anti-statism without labels. So, even if ufortunate, thse "dark" aspects of the vision of the author at the time of this novella end by giving an authentic period "colour" to the text, and no matter how much it be hard on us having to come to terms on this on our classical authors when that be the case, and to take up his works with the "baggage" of history that they bring with themselves. So in his diversity (of man who passed through anarchism, liberal republicanism, nordicist patriot and finally quasi-leftist liberal democrat keeping a vision on the general homogeneous), the same man who defended the "suicide" of the Portuguese people and had a certain envy of the Norsemen, presents types of "Atlanto-Mediterraneans" (to use an old term from Anthropometrics and from the discredited science of physio-racialism) and of Portuguese peasants frequently admirable and that are somewhat alter-egos of the author's self-image of the bet of his own person, and who refused to be 'genocided' by those who shared of similar visions to the one that the author had back then and distrusted of the Germany of the "Aryans" during the war, types like Manuel Louvadeus from When the Wolves Howl, or praising the dusky not nordic at all beauties from the meseta on both sides of the Luso-Spanish border in The Little Tabbie like in O Homem que Matou o Diabo/"The Man who Killed the Devil" and others by the author. At last I much add that maybe the main character is Lisbon, describe with personality and presented in full portrait (Aquilino always was a true 'writer of characters', as much as of sentences, more than of plots) in Monica (as in the 'companion' novel O Arcanjo Negro/"The Black Archangel").
This being said, finally, we can finish with the accompanying text to O Malhadinhas/"The Little Tabbie" (in the 1958 publication at least), Minas de Diamantes ("Diamond Mine"). Minas de Diamantes (then unedited, which Aquilino joined to the 1958 edition o' The Little Tabbie due to works «havng to be put in place the works in practical and advertising way in view of full publishing, because if in Estrada de Santiago ["Road to Santiago"] the novella The Little Tabbie was almost a volume within the volume alongside the other 5 novellas, in single edition the about to 100 pages, in format aproximately A3 [B paper size] or at least a little bigger than A4 [B/Letter format], and about 160 or 140 pages in format aproximately A4 [B/Letter format] or little smaller, of the novella 'seemed too little'») has a curious unity pointed already by the author («like two hop-outs of a bridge» in his literary career), which were separated by the change of thought and feeling of the authors in the 36 years between both (by influence of «wars, dictatorships, revolutions, slaughters» that meanwhile had killed the «monstrous innocencies and deceptions» of the author) about the setting (Beiras mountain area beaten-up «by the stiff and brazed wings that blow from at bay») and to the kind of man portrayed (the ridge mountain-man from the «Lusitanian Meseta»). Aquilino admited that inpart he wanted to make the portrait of the new "Brasileiro torna-viagem" ("voluntary return Portuguese Brazilian", Portuguese immigrant enrichened in Brazil and "brzilianised") of the midst of the 20th century («evolved and so distant from the camilian «Brazilian», which the author presumed that it would become portrait just as classical, which seen that we are taking care of this work here proves that he was right). The "hero" (let not the term be taken too seriously in this case), Dede (nickname of Diamantino Dores), has something of similar to the Little Tabbie on the type of the mesetan ridge mountain-man, but now is a «first-born of the mystical-bourgeois big-matron» born in Portugal out of the post-World War I and not a rural boor: so «Dede is an antecipation» (Aquilino uses the term «antecipation» in the sense of psycologicalist fiction, not so much of science fiction), «Freudian, hoodlum, bigger-than-life and far-fetched, generous and hoodlum» (all the «representative remarkable gifts» of his 'mystical-bourgeois' class).
Aquilino by the 1950s
Either way, the story beings in the Quitanda Street of Sao Paulo and presents us a Dede (ex-right-winger International Association Football player from Rio de Janeiro's Vasco da Gama team) in trouble and counting every penny and thinking on his own "next big move". Afterwards to some events of lesser importance (wrapped up in a Brazilian ambience realistic and which Aquilino filled of local "colour" with the maestry with which he filled the text set in his Portugal, with a handle that could recall vaguely the writer within marvelous realism Guimaraens Rosa, with whom Tavares Rodrigues compares Aquilino in the introduction to the book already mentioned in the edition equally already mentioned), he boards the plane back to Portugal passing by Dakar and the Sahara (how interesting it is to see, in these 4 works by the same author, the evolution of Portugal, from rural country still almost invalidly industrialised in the Beiras interior o' The Little Tabbie, one passes to a Beira in which we got an upper half of society up to date with the fashions from Lisbon and the rest of the modernised West of Little-Ana, to the Lisbon already industrialised, "bourgeoining" and with strong tertiary economic sector and lower-middle class o "match" with such panorama of Monica to the Brazil, the Portugal and the world fully industrialised despite the respective social and economic poverties; what difference between the Portugal of the 1920s, to the one of the 1930s in the hinterland and in Lisbon and of the Brazil and the Portugal of the late '50s...). Afterwards to a hero's welcome by the Brazilian associations in Portugal, by the heavy-weight institutions of the Portuguese society and by the International Association Football clubs from the city and the Portugal and Algarves Rink Hockey Club at landing in Lisbon (begrudgingly to himself who wanted to travel anonymous), in the following day he roamed through the country till his native hamlet, where meets again with the patricians that he left behind afterwards to emigrating. The rest of the plot is the narrative of Dede being made decoration-Commandant in his hamlet and being said by he rumours to be worthy a fortune (it is he the title's metaphorical «Diamond Mine», which even more so is a good wordplay with the name Diamantino) and being sought-after by all the local interests for this or that venture (including one from a group of monarchists that recall vaguely the integrist Lusitanian Integralism who desired support for a restoration of the Portuguese monarchy led and financed by the Commandant; it is repeled by Dede's male secretary, the strangely named Bias Agro with an anti-monarchist argumentation probably more radical than the one of Aquilino's himself).
Without saying more, and discussing the role of the emigration to Brazil in this novella, the emigration, just like the "slaving-away" harshly in Portugal of the ones who could not "runaway", has a big place in the aquilinian fiction (frequently being put the question of it on the terms in which it puts it the narrator-character of the autobiographical novel set in the author's grown-up days during the ending of the Portuguese monarchy titled Lápides Partidas/"Broken Gravestones" from 1945: «its remedy is to emigrate. To take up here critter's living, hidden or living at escapades, would be unbearable»). To wrap up, and seeing the volume The Little Tabbie // Diamond Mine from 1958 as a whole, the unit formed by The Little Tabbie and Diamond Mine present more critical tendencies from Aquilino's spirit in relation to nordicism and eugenics that the writer still kept at the time, with the preliminary note to the volume The Little Tabbie // Diamond Mine from 1958 criticising openly chauvinists and «disciples of Pangloss» (referring himself to the character Dr. Pangloss from Voltaire's Candide de Voltaire, who repeats continuously that «All is for the best» no matter how many tragedies occur to him), what hence starts to present the break-up of the author with the ethnic chauvinism and the grand belief systems that supposedly are the way for progress (represented in his words as «disciples of Pangloss»).
Paperback book of the volume o' The Little Tabbie including the novella Diamond Mine (for sale on Amazon.com)
Ending the analysis of these 4 works, the focus that unites them all is a thirst of freedom and of individual honesty, of life in dignity keeping our true nature before a society sometimes hostile, living according to the dictates of our conscience, or of ourown values and/or belief systems (and not someone else's), good or bad, at least with the hope that the person at the end does the right choice on a rather bizarre world, as each one does in their way the Little Tabbie, the anonymous narrator and "his" Little-Ana, Monica and Dede, even being the first and he third peasant common folks of little "culture" and the other 2 "simple" members of the uneventful middle class, and that even so can teach us something, nd if not so at least are good "travelling companions" on the adventures of reading these 3 novellas and 1 novel. On a curious final note, the contemporary Portuguese writer Manuel de Lima Bastos, a big admirer of Aquilino Ribeiro, wrote on the fifth chapter of his biography of the author No Esplendor da Sombra de Mestre Aquilino ("In the Splendor of the Shadow of Master Aquilino") an alternate ending to the Diamond Mine written in a well achived immitation of the aquilinian style. Ah!, and as note for all, have at hand the Portuguese language Glossário sucinto para melhor compreensão de Aquilino Ribeiro ("Succint glossary for better comprehension of Aquilino Ribeiro") de Elviro da Rocha Gomes just in case, given the picturesque language of this author in the wide part of his work.

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