quinta-feira, 1 de outubro de 2015

"O Romance de Amadis", Afonso Lopes Vieira // "The Romance of Amadis", Afonso Lopes Vieira

Um clássico do género a que diz respeito este blogue, este é também um velho livro pessoal, uma compra numa feira do livro feita na Escola B2-3 Gonçalo Nunes em Barcelos se bem me lembro (Vitorino Nemésio me perdoe o "gamanço") no meu último ano lá. É uma obra formativa mais que no conteúdo (embora também seja uma obra em que um protagonista cresce e amadurece para a idade adulta), é uma obra que é formativa na criação de sensibilidade estética do leitor, e de uma certa noção de Portugal e de ética. O Leiriense Afonso Lopes Vieira escreveu em 1922 esta obra de um certo neo-Romantismo, que foi um trabalho de amor do autor, nascido de nacionalismo para o próprio.
Tudo começa com um romance de cavalaria do século XVI em 4 volumes (ou «livros»), intitulado Amadis de Gaula. Ora, por algumas referências que referem nomes de personagens do romance (inventados por ele) antes deste surgir impresso como um texto em Castelhano atribuído a um Garcí-Montalvo, a aparentes referências a pedidos de um príncipe D. Afonso no século XIII ter pedido que se mudasse um enredo envolvendo o protagonista Amadis, e ao título da impressão castelhana original referir «novamente historiados» no subtítulo usualmente enorme na altura, há muito que o Amadis tem sido conjecturado ser um texto originalmente português do século XV ou até bastante antes. A maioria das teorias atribuíam a um membro ou outro de uma família de trovadores portuguesa chamada de Lobeira (os "suspeitos do costume" sendo João de Lobeira, contemporâneo de D. Dinis, e Vasco de Lobeira, velho escudeiro ao tempo de Aljubarrota que seria depois da batalha armado cavaleiro, episódio que, como veremos será reproduzido no enredo do Amadis que Lopes Vieira recria). A "questão do Amadis" é algo que ainda não foi conclusivamente provado de uma forma ou outra, visto que ainda não foi encontrado texto manuscrito ou impresso anterior, português ou não, que prove que a versão de Montalvo não é a primeira, embora em Portugal como em Espanha a existência de indícios complexos de uma origem portuguesa impossíveis de ignorar teoricamente seja assumida. Alguns na hispanosfera até ponderam uma origem pré-Montalvo sem incluir Portugal, atribuíndo o romance a Infante Henrique de Castela, "o Senador", que teria tido pela Europa fora viagens e aventuras que lhe inspirariam este enredo (com as principais personagens a paralelarem supostamente conhecidos do Infante).
O romance castelhano original
Ora Lopes Vieira era um crente sem dúvidas na hipótese da origem lusa do romance, e como tal, após alguns anos de projectar a ideia de "devolver" o texto à língua portuguesa, embora numa versão resumida (e encurtada visto que tudo o que era do III livro para lá era considerado criação só de Garcí-Montalvo, que o Português recusou, tentando criar um puro "livro português"), e mais próxima em linguagem do Português moderno, porém mantendo uma "ferrugem" saudável de arcaísmo compreensível, e alguns anos a tentar finalizar essa tentativa, deu-se por imensamente satisfeito com o resultado, principalmente depois de o ler para uma mulher popular parte do texto, fazendo-a reagir positivamente e pedir por mais (a edição que tenho da colecção Biblioteca Sudoeste da Porto Editora detalha depois do texto do livro a biografia do autor, trabalho neste livro, o "contrato" e projecto do prefácio da lusitanista Alemã Carolina Michaelis de Vasconcelos, a recepção do romance, as consequências do livro na carreira do autor e o que ele fez depois).
Afonso Lopes Vieira segundo Columbano Bordalo Pinheiro
O mundo desta estória é uma versão fantasiada da Europa passada na época tardo-romana e medieval-inicial, poucos anos antes da época do Rei Artur. Entre os lugares referidos estão a Pequena Bretanha (uma região de França chamada hoje só Bretanha) onde Amadis nasceu, Gaula (que será ou a Gália ou o País de Gales, ou só a sua própria terra inventada) cujo Rei Perion era pai de Amadis (a sua mãe era a Princesa da Pequena Bretanha), a Escócia (que é assim chamada no romance original e na versão de Lopes Vieira mas então era de facto chamada de Caledónia) onde é criado, a Bretanha (hoje Grã-Bretanha ou Inglaterra) cuja Princesa Oriana ele serve, e combate e luta por vários países a adversários como cavaleiros 'normais', gigantes, bruxos e bruxas e muitos monstros, incluíndo um Rei imaginário (e gigante) da Irlanda que combate com os exércitos de Gaula e da Normandia (anacronisticamente assim é chamado o norte de França), e percorrendo países e locais mal identificados e mais ou menos lendários ou então bem identificados como o país dos Suevos (no que é hoje a Alemanha e cujo povo povoou por essa altura o Norte de Portugal), Grécia (surgindo também uma personagem Grega, o velho escudeiro Macandon), Hungria e a Ilha do Lago Fervente (imaginem uma furna açoriana) que se poderá identificar com a ilha italiana de Pantelleria (perto da Sicília), surgindo ainda uma donzela de companhia de Oriana que é da Dinamarca. No romance original medieval surgia ainda um Rei Árabe e o seu exército, mas este episódio é saltado por cima na versão de Lopes Vieira, com descrições vagas do tipo "ah e tal, o Amadis viajou por muitos sítios e fez muitas coisas dignas de nota, mas isso agora não interessa nada", focando-se na linha principal do enredo.
A Europa segundo as lendas arturianas, aproximadamente a Europa do tempo mítico de Amadis 
O livro começa com uma introdução em que o autor assume a pose de trovador medieval, abordando o público, introduzindo a narrativa, falando do romance original (seguindo a sua tese de que um original português fora levado para Espanha e lá alterado para o novo país). Depois, o enredo apresenta-nos ao Rei Garintes da Pequena Bretanha francesa (neste caso «Piquena Bretanha»), com uma filha casada com o Rei da Grã-Bretanha pré-arturiana mas (sabe-lo-emos depois) ainda sobre domínio romano, e outra solteira e dada só à religião. Esta Elisena, apaixonar-se-á pelo hóspede do seu pai, Perion, Rei de Gaula, e depois dele partir de volta ao seu reino, ela se saberia grávida (segundo Lopes Vieira, gravidez extra-matrimonial só deixaria de ser crime depois desta lei ser revogada pelo Rei Artur), com ajuda da criada escondendo a gravidez e tendo o bebé em segredo. Ela baptizou-o Amadis por causa de um santo popular, alcunhando-o de «o Sem Tempo», imaginando que pouco sobreviveria, visto que depois deitou-o ao mar num caixote feito pela criada, junto com uma espada e um anel, e um pergaminho que o identificava como «Amadis, o Sem Tempo». O Escocês Gandales, que navegava com a família por ali, apanhou-o no mar e criou-o como seu filho junto com o seu filho verdadeiro Agrajes, chamando ao órfão Donzel (Português antigo para "Moço") do Mar. Pouco depois, o enredo dá-nos dois episódios simbólicos muito fortes: um, mostra-nos Perion, que retorna à «Piquena Bretanha» para desposar Elisena, e o faz, a depois ter um sonho intenso em que perde o seu coração, que um sábio da Picardia interpreta como aviso quanto a algo muito próximo dele que ele perdia sem saber; e o pai adoptivo de Amadis, Gandales, é visitado por uma feiticeira que profetiza a Amadis muitos feitos, que seria protector dos fracos e o terror dos fortes.
Anos depois, Amadis é armado cavaleiro pela Princesa Oriana da Grã-Bretanha, de quem se apaixona, e por ela viaja pela ilha da Grã-Bretanha e pela Europa fazendo feitos contra cavaleiros, monstros e feiticeiros e feiticeiras para se dignificar e ser digno dela. Como típico de estórias de cavalaria, Amadis vive grandes aventuras e é fiel e enamorado da sua dama Oriana. Numa das suas viagens, ele chega a Gaula, terra do seu desconhecido pai, e lá toma partido do velho rei contra o Rei Abies da Irlanda invasor de Gaula por esta altura. Em batalha no outro reino governado por Perion e Elisena, a «Piquena Bretanha», exércitos de Gaula e normandos, incluíndo entre as hostes Amadis, combatem os Irlandeses e o próprio protagonista derrota e mata em batalha o gigante Abies (que havia em tempos derrotado e morto ele próprio gigantes). Depois, em gratidão Amadis é feito hóspede do Rei Perion, e é reconhecido pela espada e o anel (que, recordemo-lo, vinham com ele no baú em que navegara bebé) pela mãe, e assim a família se reúne, Amadis conhece os irmãos (tidos pelos pais depois de casarem) que desconhecia, e Perion fica a saber uma verdade que lhe fora escondida e o significado do sonho que antes tanto o perturbara e intrigara. Depois disso Amadis volta, agora como um príncipe, à Grã-Bretanha, portanto agora como igual e digno pretendente para Oriana, e eles continuam unidos em amor fiel e não é possível separá-los até ela ser raptada pelo mago Arcalau, um inimigo fidagal de Amadis que o quer magoar através de magoar a amada deste.
O cavaleiro, como que possesso, cavalga como doido ao encontro dos cavaleiros do mago, e destrói-os completamente, e leva a princesa Britânica consigo, e depois disso eles amam-se na floresta. Novo conflito no enredo virá quando a proximidade de Amadis para com Briolanja, uma dama da Sansonha (o nome medieval para a Saxónia alemã) que ele salvou e a morte de cujo pai ele lhe vingou, e os rumores lhe fazem crer erradamente que ele a traíra. Depois, enlouquecido Amadis retira-se para um ermo junto com um eremita, abdica da sua armadura e toma do eremita uma armadura mais brilhante e assume o novo nome Beltenebroso (obviamente "Belo-tenebroso"), sob o qual faz proezas que ironicamente o povo da altura diz ultrapassarem as de Amadis. É quando chega à corte britânica Macandon, um escudeiro Grego já de idade avançada que traz com ele uma espada baça e uma guirlanda (i.e. grinalda) seca, dizendo que se via condenado a buscar pelo mundo um amor perfeito, que seria identificado pelo homem empunhar a espada e fazer-la reluzir, e a mulher pôr a guirlanda na cabeça e faze-la florescer. Amadis vai como Beltenebroso até Oriana e revela-se a ela, e devido à saudade e o que sentem, reconciliam-se. Assim, disfarçam Oriana de véu e outras roupas e vão os dois à cerimónia onde todos os casais tentam a espada e a guirlanda, e obviamente que são os únicos a fazer os objectos encantados cumprir os fins ante um amor perfeito. Depois disso, o velho Macandon é finalmente armado cavaleiro. O romance termina com Amadis salvando Oriana de ser levada para Roma para casar em casamento de conveniência com o Imperador Romano, e depois de a salvar em alto mar abordando o navio em que segue para Roma, ambos vão para a Ilha Firme e vivem lá juntos até ao fim das suas vidas. (numa insinuação sobre haver mais no Amadís de Gaula castelhano, Lopes Vieira termina dizendo que não seria preciso mais final, e qualquer outro seria mentira, porque o amor é o seu próprio fim e princípio).
Amadis e Oriana numa ilustração de um velho manual de Português do 8.º ano
Afonso Lopes Vieira nesta que é uma das suas raras prosas, mostra aqui alguma da sua poesia tornando-a na forma da prosa poética, e faz neste aparente conto-de-fadas (isto torna-se mais claro na versão O conto de Amadis de Portugal para rapazes portugueses de 1938 e reeditado nos anos '50, mais abertamente infanto-juvenil, com belas ilustrações de António Lino) um texto que serve como metafísica ou teologia do amor, discurso sobre Portugal e portugalidade (tudo usando um enredo que não envolve Portugal ou Portugueses e miticamente passado antes da fundação de Portugal ou sequer de se chamar ao norte do seu território Portucale), um romance histórico com elemento de fantástico, uma tentativa (muito livre, e talvez nunca tendo isto literalmente como objectivo; o modelo de Lopes Vieira, mais do que o texto quinhentista original, talvez fosse a versão resumida e modernizada do Tristão e Isolda de Joseph Bédier Le Roman de Tristan et Iseult de 1900). Este livro pode encontrar-se em várias edições em muitas bibliotecas municipais e escolares (talvez não todas), sendo a edição da Porto Editora relativamente fácil de achar agora que foi apoiada pelo programa Ler+ (estando recomendado para leitura no 8.º ano, havendo ainda um antigo manual desse ano da mesma editora da altura em que estava nesse ano lectivo que tinha alguns extratos do livro incluídos com ilustrações agradáveis e garridas).
Capa da abreviação infantil do autor


A classic of the genre in what concerns this blog, this is also an old personal book, a buy on a book fair done in the Secondary/Middle school and High School Gonssalo Nunes in Barcelos iff I recall it correctly (may Vitorino Nemesio forgive me the "jacking") in my last years there. It is a Bildungsroman work in more than the content (although it be also a work in which a lead grows and matures till adulthood), it is a work that is formative in the creation of aesthetic sensibility of the reader's, and of a certain notion of Portugal and of ethic. The Leiria-native Afonso Lopes Vieira wrote in 1922 this work of a certain neo-Romantismo, which was the author's labour of love, born to his own mind out of nationalism.
Everything starts with a 16th century chivalry novel in 4 volumes (or «books»), titled Amadis de Gaula ("Amadis of Gaul/of Gaula"). Well now, by some references that refer names of characters from the novel (made up by it) before the former came-up printed as a text in Castilian attributed to a Garci-Montalvo, to apparent references to requests of a Prince Don Alfonso in the 13th century having asked that it be changed a plot involving the protagonist Amadis, and the title of the original Castilian print mentioning «again storied» on the subtitle averagely enormous at the time-point, there has long been the Amadis conjectured to be a text originally Portuguese from the 15th century or even quite before. The majority of the theories attributed it to one member or another of Portuguese troubadours called the Lobeiras (the "usual suspects" being Joao de Lobeira, contemporary to King Don Denis, and Vasco de Lobeira, old squire at the time of the Aljubarrota battle who would be after the battle armed knight, episode as we shall see shall be reproduced in the plot of the Amadis that Lopes Vieira recreates). The "Amadis question" is something that still was not conclusively proven on one way or the other, seen that it still was not found previous manuscript or printed text, Portuguese or not, that prove that the Montalvo version is not the first, although in Portugal as in Spain the existence of complexe signs of a Portuguese origin impossible to ignore theoretically be assumed. Some in the hispanosphere even ponder a pre-Montalvo origin without including Portugal, atributing the novel to Infant-prince Henry of Castile, "the Senator", who woyuld have had throughout Europe travels and adventures that would inspire him this plot (with the main characters paralleling supposedly acquaintances of the Infante).
The original Castilian novel
Well now Lopes Vieira was a believer without doubts in the novel's luso origin hypothesis, and as such, after some years projecting the idea of "giving back" the text unto the Portuguese language, although in a summarised version (and shortened seen that everything that was from the III book onwards was considered creation only from Garcí-Montalvo, which the Portagee refused having, trying to create a pure "Portuguese book"), and closer in language to the modern Portuguese, though keeping some healthy "rust" of understandable arcaism, and some years trying to finalise that attempt, gave himself as immensely satisfied with the result, mainly after reading it to a commoner woman part of the text, making her react positively and ask for more (the edition that I got from Porto Editora publisher's Biblioteca Sudoeste/"Southwest Library" details after the book's text the author's biography, work on this book, the "hired-work contract" and project of the foreword by German lusitanist Michaelis de Vasconcelos, the novel's reception, the consequences of the book on the author's career and what he did afterwards).
Afonso Lopes Vieira according to Columbano Bordalo Pinheiro
The world of this story is a fantasised version of Europe set in the late-Roman and early-medieval period, few years before King Arthur's period. Among the places refered are the Little Britin (a region of France called today only Brittany) where Amadis was born, Gaula (which would be either Gaul or Wales, or just its own made-up land) whoe King Perion was Amadis' father (his mother was a Little Britain princess), Scotland (which is so called in the original novel and in Lopes Vieira's version but then was in fact called Caledonia) where he is raised, Britain (today Great-Britain or England) whose Princess Oriana he serves, and combats and struggles through several countries to adversaries like 'normal' knights, giants, witch-doctors and witches and many monsters, including an imaginary (and giant) King of Ireland who fights the armies of Gaula and of Normandy (anachronistically so is called the north of France), and going through countries and locales badly identified and more or less legendary or then well identified like the country of the Suebi (in what is now Germany and whose people settled around that time-point Northern Portugal), Greece (appearing also a Greek character, the old squire Macandon), Hungary and the Island of the Boiling Lake (imagine an azorean furna/lava tube) which one might identify with the Italian island of Pantelleria (near Sicily), coming-up yet a maiden in waiting of Oriana who is from Denmark. In the original medieval novel it came up still an Arab King and his army but this episode is skipped over by Lopes Vieira's version, with vague descriptions of the "ah and such, Amadis travelled by many places and did many things worthy of note, but that now matter none", focusing itself in the plot's main line.
Europe according to the arthurian legends, approximately the Europe from Amadis' mythical time
The bookstarts with an introduction in which the author assumes the pose of medieval troubadour, approaching the audience, ntroducing the narrative, talking of the original novl (following his thesis that a Portuguese original had been taken to Spain and there altered to the new country). Afterwards, the plot introduces us to the King Garintes from the French Little Britain (in this case «Litel Britain»), with one daughter married to the King of the pre-arthurian but (we shall knoow it afterwards) still under Roman domain Great Britain, and another single and only self-given to religion. This Elisena shall fall in love for the guest of her father's, Perion, King of Gaul, and after he leaving back to his kingdom, she would find herself pregnant (according to Lopes Vieira, extramarital pregnancy only would cease being crime after this law being revoked by King Arthur), with help from the maid hidding the pregnncy and having a baby in secret. She baptised him Amadis because of a folk saint, nicknaming him as «the Without Time», imagining that little would he survive, seen that little afterwards she threw him to the sea on a crate made by the maid, together with a sword and a ring, and a scroll that identified him as «Amadis, the Without Time». The Scotsman Gandales, who sailed with the family over there, picked him up at sea and raised him as his son together with his true son Agrajes, calling to the orphan Donzel ("Damoiseau", ancient Portuguese for "Lad") from the Sea. Little after, the plot gives us two very strong simbolic episodes: one shows us Perion, who returns to the «Litel Britain» to bewed Elisena, and does so, afterwards having an intense dream in which he loses his heart, which a wiseman from Picardy interpretes as warning about something very close to him that he lost without knowing; and Amadis' adoptive father, Gandales, is visited by a sorceress who prophesises to Amadis many deeds, that he would be protector to the weak and the terror to the strong.
Years after, Amadis is armed knight by the Princess Oriana of Great Britain, for whom he falls in love, and for her travels through the island of Great Britain and through Europe doing deeds against knights, monsters and wizards and sorceresses to dignify himself and be worthy off her. As typical on chivalry stories, Amadis lives great adventures and is faithful and enamoured to his lady Oriana. In one of this travels, he arrives to Gaula, land from his unknown father, and there takes the old king's party against the King Abies of Ireland invader of Gaula by this time-point. In battle in the other kingdom ruled by Perion and Elisena, the «Litel Britain», armies of Gaula and Normand ones, including among the hosts to Amadis, combat the Irish and the lead himself defeats and kills in battle the giant Abies (who had in times defeated and killed himself to giants). Afterwards, in gratitude Amadis is made guest to the King Perion, and is recognised by the sword and the ring (which, shall we remind it, came with him in the trunk in which he sailed as baby) by the mother, and so the family reunites, Amadis meets his siblings (had by his parents after they got married) he knew not of, and Perion gets to know a truth that had been hidden from him and the meaning of the dream that before so much had bothered and intrigued him. After that Amadis goes back, now as a prince, to Great Britain, hence now equal and worthy suitor for Oriana, and they continue united in faithful love and it is not possible to separate them till she is kidnapped by the mage Arcalau, a cold-hatred enemy of Amadis' who wants to hurt him through hurting his beloved.
The knight, as if possessed, rides as mad to meet-up the mage's knights, and destroys them completely, and takes the British princess with himself, and after that they love each other on the forest. New conflict on the plot shall come when the proximity of Amadis towards Briolanja, a lady from Sansonha ("Saxen", the medieval name for the German Saxony) whom he saved and the death of whose father he avenged, and the rumours do make her believe wrongly that he had betrayed her. Afterwards, maddened Amadis retreats to a waste together with a hermit, abdicates to his armor and takes from the hermit a shinier armor and assumes the new name Be'tenebrous (obviamente "Beau-tenebrous"), under which he does prowesses that ironically the people of that time-point said to overcome Amadis' ones. It is when t arrives to the British court Macandon, a Greek squire already of advanced age who brings with him a dim sword and a dry gerlond (i.e. garland), saying that he saw himself condemned to search through the world a perfect love, that would be identified by the man wielding the sword and making it flash, and the woman putting the gerlond on the head and making it florish. Amadis goes as Be'tenebrous till Oriana and reveals himself to her, and due to the nostalgia and what they feel, they reconcile each other. So, they disguise Oriana in veil and other clothes and go together to the ceremony where all the couples try the sword and the gerlond, and obviously are the only ones to make the enchanted objects fulfil their aims facing a perfect love. After that, the old Macandon is finally knighted. The novel ends with Amadis saving Oriana from being taken to Rome to marry into marriage of convenience with the Roman Emperor, and after saving her at high sea approaching the ship that follows for Rome, both go to the Firm Island and live there together the rest of their lives (in an insinuation on there being more on the Castilian Amadís de Gaula, Lopes Vieira ends saying that there would not be needed more ending, and that any other would be a lie, because love is its own end and beginning).
Amadis and Oriana on and old 8th grade Portuguese Language class manual illustration
Afonso Lopes Vieira in this which is one of his rare proses, shows here some of his poetry turning it into the form of the poetic prose, and does in this apparent fairy-tale (this becomes clearer in the O conto de Amadis de Portugal para rapazes Portugueses/"The tale of Amadis of Portugal for he Portuguese boys" version from 1938 and re-edited in the '50s, more openly children's/young-people's, with fair illustrations by Antonio Lino) a text that serves as metaphysics or theology of love, discourse on Portugal and portugality (all using a plot that does not involve Portugal or Portuguese and mythically set before the foundation of Portugal or even the calling itself to the north of its territory Portucale), a historical novel with a fantasy element, a (very free, and maybe never having this literally as objective; Lopes Vieira's model, more than the original fifteen-hundredth text, maybe it were the summarised and modernised version of the Tristan and Isolde by Joseph Bédier Le Roman de Tristan et Iseult from 1900). This book can find itself in several editions in many Portuguese municipal and school libraries (maybe not all), being the Porto Editora publisher edition relatively easy to find now that it was supported by the Ler+/"Read+" program (being recommended for reading on the 8th grade, there being still an old manual from that year by the same publisher from the time that I was in that school year that had some extracts from the book included with agreeable and garish illustrations).
Cover from the author's children's abbreviation

Sem comentários:

Enviar um comentário